domingo, 10 de julho de 2011


No meio da terra vermelha, uma pequena arcépide vivia a cortejar bêbados desiludidos de outra espécie, uma mais antiga e de razões ainda mais sensatas que a sua. Ao fim da noite, saía do botequim acompanhada por apenas um dos tantos que haviam lhe dado razão e concordado com a infame experiência de uma conversa efemeramente impressionante. Na manhã seguinte, como todos os dias naquele furdúncio, o sorriso que ela carregava ninguém, por nunca perguntar, sabia se era alívio pelo prazer da copulação letal ou conforto arcépide irresponsável e egoísta de saber que ao fim o macho desfaleceria até sua morte, deixando-a livre sempre. Uma vez, numa de suas conversas com um de seus sobreviventes, a ele respondeu: - A dor só se torna prazer se não houver culpa. A culpa é o termômetro do impulso. A razão é a velocidade.

Nenhum comentário: